Como a terapia auditiva pode ajudá-lo a regular o seu sistema nervoso
Imagine uma terapia em que apenas ouve sons ou música, o que o faz sentir-se mais calmo, mais ligado e mais em controlo.
A terapia auditiva não consiste apenas em apreciar música. É um método poderoso, apoiado pela ciência, que ajuda o cérebro e o corpo a funcionar melhor.
Neste blogue, vamos explorar a forma como a terapia auditiva pode ajudar a melhorar a sua saúde mental, com base em investigações recentes e exemplos da vida real.
O poder da terapia da escuta
A terapia auditiva utiliza determinados sons, música e frequências para ativar o sistema nervoso. Mas como é que funciona exatamente? O segredo reside na neuroplasticidade, que é a capacidade espantosa do nosso cérebro para mudar e adaptar-se.
Quando ouvimos terapia auditiva, activamos partes do nosso cérebro que afectam as nossas emoções, o nosso comportamento e até o nosso corpo. Estas mudanças não são apenas temporárias, mas podem proporcionar melhorias duradouras na forma como se sente e responde aos desafios da vida [Chatterjee et al., 2021].
Uma parte importante da terapia auditiva é a ligação entre o cérebro e o sistema nervoso autónomo. Esta parte do seu sistema nervoso regula funções importantes como o batimento cardíaco, a respiração e a digestão.
Ao ouvir determinados sons, podemos equilibrar este sistema, fazendo com que se sinta mais calmo e melhor [McCorry, 2007].
A terapia da audição e o nervo vago
Uma das partes mais importantes da terapia auditiva é o nervo vago.
Talvez já tenha ouvido falar do nervo vago como a "autoestrada" entre o cérebro e o corpo.
Este nervo afecta grandemente a forma como nos sentimos, tanto mental como fisicamente, e está diretamente ligado à nossa audição. As terapias auditivas, como a Safe and Sound Protocol (SSP)ajudam a estimular o nervo vago com o som, proporcionando relaxamento e uma sensação de segurança [Porges, 2013].
Quando este nervo é devidamente estimulado, sentimo-nos menos ansiosos, mais controlados e mais capazes de lidar com o stress.
Pode pensar-se nele como um botão de reset para o corpo. Estimular o nervo vago ajuda-nos a passar de um estado de "luta ou fuga" para um estado de "repouso e recuperação", em que o nosso corpo pode sarar e a nossa mente se sente mais relaxada [Dolphin et al., 2022].
Aplicações da terapia da escuta
A terapia auditiva pode ser muito eficaz para pessoas que sofrem de ansiedade, traumas, problemas de processamento sensorial e até dores físicas.
Ferramentas como o Safe and Sound Protocol (SSP) são especificamente concebidas para resolver estes problemas.
O SSP é mais do que apenas música.
Trata-se de um tratamento cuidadosamente concebido que utiliza um algoritmo patenteado. Para regular o seu sistema nervoso e ajudá-lo a sentir-se mais equilibrado e mais forte [Porges et al., 2014].
Por exemplo, a investigação mostra que as crianças com autismo que utilizaram o SSP registaram grandes melhorias nas suas competências sociais, capacidades de escuta e equilíbrio emocional [Squillace et al., 2022].
O SSP também é utilizado em pessoas com traumas para as ajudar a ficarem menos tensas e a sentirem-se mais seguras e mais ligadas [Rajabalee et al., 2022].
A terapia auditiva não se limita a reduzir os sintomas, mas também ajuda a estabelecer uma base para a saúde mental a longo prazo.
Porque é que a terapia da escuta é tão útil hoje em dia
O mundo de hoje é stressante. Muitas pessoas enfrentam pressões constantes, incertezas e desafios que podem desequilibrar o nosso sistema nervoso.
A terapia da audição oferece uma forma suave e não invasiva de reequilibrar o nosso sistema.
É especialmente útil porque não exige que se pense conscientemente sobre os seus pensamentos ou sentimentos, o que por vezes pode ser difícil. Em vez disso, actua através do seu corpo, fazendo-o sentir-se melhor de dentro para fora [Finn & Fancourt, 2018].
Por ser uma abordagem segura, acessível e abrangente, a terapia da audição é atractiva para muitas pessoas.
Quer seja utilizada juntamente com outras terapias ou isoladamente, constitui uma forma eficaz de acalmar o sistema nervoso. Em última análise, isto contribui para uma vida mais feliz e saudável [Chlan et al., 2018].
Conclusão: sintonize-se com o seu bem-estar
Mais do que uma tendência de bem-estar, a terapia auditiva é uma forma científica de curar e equilibrar o nosso sistema nervoso.
Ao trabalhar conscientemente com sons, pode aproveitar a capacidade natural do seu cérebro para mudar, acalmar a sua mente e melhorar o seu bem-estar geral [Ellis & Thayer, 2010].
Quer sofra de ansiedade, traumas ou stress diário, a terapia auditiva pode ser uma ferramenta poderosa para o ajudar a sentir-se mais ligado, mais forte e mais calmo.
Fontes:
- Chatterjee, D., Hegde, S., & Thaut, M. (2021). Plasticidade neural: O substrato das intervenções baseadas na música na neurorreabilitação. NeuroReabilitação.
- McCorry, L. K. (2007). Fisiologia do sistema nervoso autónomo. Jornal Americano de Educação Farmacêutica.
- Porges, S. W. (2013). A teoria polivagal: fundamentos neurofisiológicos das emoções, apego, comunicação e autorregulação.
- Dolphin, H., Dukelow, T., & Finucane, C. (2022). O papel complementar da estimulação transcutânea do nervo vago na modulação do desempenho neuro-cardiovascular e cognitivo. Fronteiras em Neurociência.
- Porges, S. W., Bazhenova, O. V., Ball, E., & Lewis, G. F. (2014). Envolvimento social e perspectivas de apego no estudo do comportamento social.
- Squillace, M., Porges, S. W., & Lewis, G. F. (2022). Estudo de caso sobre os efeitos do Safe and Sound Protocol (SSP) para o autismo. Journal of Autism and Developmental Disorders (Jornal do Autismo e das Perturbações do Desenvolvimento).
- Rajabalee, Y., Porges, S. W., & Lewis, G. F. (2022). Safe and Sound Protocol (SSP) e recuperação de trauma: um estudo de caso. Harvard Review of Psychiatry.
- Finn, S., & Fancourt, D. (2018). O impacto biológico de ouvir música em ambientes clínicos e não clínicos: uma revisão sistemática. Progressos na investigação sobre o cérebro.
- Chlan, L., Heiderscheit, A., & Skaar, D. J. (2018). Avaliação econômica de uma intervenção musical dirigida ao paciente para pacientes de UTI. Medicina intensiva.
- Ellis, R. J., & Thayer, J. F. (2010). Música e (dis)função do sistema nervoso autónomo. Perceção musical.
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